segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Máquina do tempo

Houve um tempo em que eu descobri a cura pro amargor
Criei uma máquina do tempo em minha alma e voltei lá atras lá naquele tempo que você esquece de propósito pra que não arranhe
Voltei para aquele menino que meio abandonado não teve escudo
Voltei pro menino e coloquei ele debaixo da asa sempre que preciso
Fui sempre de lado ali sempre ao seu dispor
Tive que explicar que mesmo injustiçado não é como se alguém tivesse grande culpa do mundo
As pessoas nem sempre fazem o que querem e nem todas as pessoas são tão sortudas quanto ele
Eu voltei por ele, e por você? Quem voltou por você?
Tentei explicar a ele que tudo é muito mais complicado e que nem sempre as pessoas dizem o que querem ou significam o que querem significar
E deixei a mim pra mostrar o quão sortudo ele foi
Graças dou a minha máquina do tempo da alma
Que me voltou pra mim mesmo quando eu mais precisei
Que me fez de companhia pra mim mesmo quando eu fui menino só
E que me mudou pra mim mesmo quando eu mais precisava

segunda-feira, 29 de julho de 2013

É muito difícil ser homem
Sua mulher de repente subtrai um apêndice de vida
E de agora em diante você pula por aí pela vida chorando por tudo e com medo de quase nada.

domingo, 21 de abril de 2013

O juiz e o dedo

No dia do juízo final a humanidade apontará o dedo na cara de Deus
Então nós o acusaremos de abandono de incapaz e de não prestar socorro
Seremos então enviado para o inferno por não sabermos cuidar de nós mesmos
Com justiça divina e mais que poética

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Paleontologia da Cólera

É um consenso que aquela voz antes deveras forte se distanciou
E se enraiveceu com a fraqueza de espírito que mostrava
E gritava pra tentar estar ainda ali
Mas cada dia se enraivecia consigo mesma
Ficava lá baixa e distante mas muito raivosa
Latindo pra dentro do peito como se não houvesse ninguém ali pra reclamar
O que era um grande problema pois dentro do peito ecoava
Ecoava ao som de mil eras distantes e em cada parede que o som batia
A raiva aumentava e a dor ia junto
No final ninguém escutava nada do que a voz dizia já baixinha pra fora de casa
Mas dentro do peito aquela sinfonia de raiva e ecos de dor era uma tempestade
Já mais lá no fundo do oceano interno e escuro jazia o barco
Sem tripulação nem comandante
Só as sístoles do nada e o eco da raiva
O fóssil da vida

Quase medíocre


E quando o ego descobre que o que se salvou não é tão melhor do que foi apagado
Foda-se eu pago com a vida pra viver nesse mundo 
E ter o direito de ser abaixo da média