segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Torpe




Não adianta 
Compensa-se futuro com acaso 
E o bom-sucesso das pessoas depende do quanto 
Quanto mais, mais ópio social que adormece. 
Dignidade já 
O láudano anula a alma 
Seres assexuados que bradam a vitória da causa 
Que não causa, nem recria. A sociedade é a mesma santa 
Talvez um pouco mais tímida 
Uma cápsula de porções inteiras de tendências 
Tendência a emoções apresentadas em desfiles na corte 
Este verão esperamos angustia, e conformismo 
Aliados a falsa admiração, ídolos falsos como acessórios de composição. 
Para dar leveza aos movimentos, pesar. 
Deuses piedosos que não poupam seus fiéis 
Belas vidas, sábios paroquianos que de dízimo em dízimo 

Ganham o reino dos céus.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

De fato

Na poesia sozinha, não existe muito mistério de fato
Se é misterioso, não é poesia 
Mas a poesia é um grande mistério ainda assim
Tal como o bigode vem desmistificando muita boca por aí
Ainda sim o bigode é um mistério pra mim 

Crônicas do cientista bipolar


Tenho um cientista interno que diz categoricamente que a beleza é um estado da matéria apreciada.

A desgraça do poeta

Eu gostaria um dia 
Conseguir descrever 
Com a mão na pena 
A dor que é
Arrancar de mim 
Jogar no papel 
Sentir saudade
Querer de volta
Mas não existir jeito
Assim saído do peito
Escorrido pelos braços
Traduzido pela pena

Não pertence mais ao poeta
A miséria ja transcrita 
Não retorna da tela