segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Assisto meio ausente mas não me esqueço da TV na minha frente

Eu quero contas prestadas sobre o holocausto nas escolas palestinas

Pelos judeus, já se foram lagrimas e perdões

Quero então saber o porquê dos ossos e tendões

Do holocausto que hoje eu vejo na minha TV

E eu quero os senhores chorando

Pelas crianças mortas do meu tempo

Porque ainda continuam morrendo

E os ossos do passado

Continuam apodrecendo em suas covas e pedem que os deixem em paz

Quero que umedeçam suas pobres palpebrazinhas de descendente

Pelo povo que vocês matam dia após dia no meu tempo e na minha frente

Sem que se enxergue o agora

Sem que se olhe pra frente

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Endeusa

No sétimo dia Deus descansou
No oitavo se estressou
No nono se deu conta da merda em que se enfiou
E que poderia ter ficado por conta de acender estrelas e criar mundos
E que pra quem acendia mundos e criava estrelas
Tirar o diabo de alguém na terça e fazer cego ver na sexta é trabalho de corno

Musicaria

Se o cheiro do teu corpo falasse
Eu musicaria cada palavra que ele dissesse
E se o gosto da tua pele ouvisse
Eu sussurraria com a minha língua todo verso
De cada poema sobre todas as rosas mais lindas

domingo, 8 de novembro de 2009

Antítese

Ultimamente tenho vomitado borboletas e corações
E falado merda o dia inteiro

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O choro do palhaço

Não contive as lagrimas
Me perdoe a maquiagem borrada o nariz disforme a roupa suja
Esse peito já não mais suporta
Não mais comporta um coração de palhaço
Mais sei que é chegado a hora que minha alma espera
Que este castigo que a mim escolhi acabe e que meu fim chegue depressa
Nunca amei na vida fui sozinho carreguei pedra fui ladrão e fingi amores
Por não ser capaz de amar escolhi o palco
Minha penitencia é que todos de mim riam até o fim da minha vida
Pela piada vivida
Pela piada vivida

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Soldo que não compra

Um real de amor meu senhor
Que por sexo eu cobro caro
Não há nada que cure o rubor
De um peito desalmado
Esse corpo que eu já vendi
Não me serve um pouco mais
Uma cuia já vazia
Para traz um velho cais
Para muitos fantasia
Para mim nem verso mais

terça-feira, 23 de junho de 2009

De todo mar de satisfação
De toda tormenta que possamos passar
Escolhemos nosso o caminho a seguir
E que a cobra vire espada em todo sonho perdido
Que a espada encarne toda coragem
Por que nós escolhemos o caminho a seguir
E fazer da nossa vida o grande e belo
Poema Nosso

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Era o nada

E estava lá preso com olhos de gato e corpo de barata
Imaginando se assim poderia ver o futuro
Se poderia sobreviver a qualquer catástrofe mitológica
Mutava a cada segundo que passava e nunca resistia a isso
Morria a cada instante da sua vida a cada mutação desesperada
Olhava para traz e não reconhecia um passado
Não reconhecia um padrão, um sentimento
Não se reconhecia em meio aquela nuvem de coisas deixadas
Eu tentei salva-lo mas não era de salvação que ele precisava
Eu tentei jogar-lhe corda mas não subia, se enforcava
Tentei dar-lhe de beber para que sobrevivesse, mas se afogava e só
Não queria companhia muito menos a do seu passado
Eu era a cara do passado no espelho daquele cárcere em que agonizava
Não foi por nada que chegou ali
Um homem lhe roubou o troco e o entendimento, uma mulher lhe roubou o saldo e a esperança
O filho lhe roubou os sapatos e o chão, a esposa lhe roubou as luvas e o calor
O pai lhe roubou o chapéu e o rumo, a mãe lhe roubou o casaco e o carinho
Agora eu que sou o verbo no passado, entendo
Olho para o passado e vejo
Só lhe restava morrer só
Nada na vida o dava orgulho, mas uma coisa ele levava consigo
Deixou de existir antes de morrer, eliminou qualquer boato de sua existência
E deixou o mundo livre da descendência de seus genes de vitima
No final não era mais o pai, a mãe, o filho, a esposa, o homem e nem a mulher
Quando o fim enfim chegou ele teve seu momento. Descobriu realmente o que havia se tornado.
Era o nada

terça-feira, 28 de abril de 2009

Novo poluído

Ergam seus copos
Hoje brindaremos as nossas conquistas
Brindaremos aos nossos fracassos
Brindaremos a nossa agonia
As flores de medo que jazem tão frias
Aos passos e ensejos que alçamos, ao novo dia
As mãos dadas, a polegares não simiescos e a fronte
Ao todo e completo sorrir
Ao nosso rubro e feliz horizonte

domingo, 11 de janeiro de 2009

Da mais pura fé

Dê-me tudo que o torna santo
Dê-me tuas riquezas teus prazeres
Dá-me teu futuro teu destino
Dá-me tudo pão e vinho
Dê-me as glórias das tuas vitórias
Dá-me algodão cetim e linho
Dá-me tua mão para a palmatória
Dê-me o trabalho o abrigo o ninho
Dá-me o sangue dos que são teus
Dê-me então o nome de Deus